Publicado em: 24/05/2017, por Universidade de Pernambuco
A Universidade de Pernambuco (UPE) divulgou o edital de seleção 2017 para o Programa Associado de Pós-Graduação Stricto Sensu (doutorado) em Educação Física, ofertado em parceria com a Universidade Federal da Paraíba (UFPB). O objetivo do Programa é atuar na formação de pesquisadores e na qualificação de recursos humanos especializados na área de Educação Física, com autonomia em sua área de concentração e capacidade para planejar, desenvolver e executar atividades relacionadas à pesquisa, ensino e extensão no âmbito da Educação Física, de forma interdisciplinar e com visão multireferencial. Os interessados devem se dirigir ao setor de Escolaridade da Escola Superior de Educação Física da UPE (Esef), de 15 de maio a 15 de outubro do corrente, das 13h às 17h, com a documentação exigida pelo edital, para efetivar suas inscrições. A seleção consiste em três etapas fases: análise do projeto de pesquisa, arguição e avaliação curricular. O curso deverá ser integralizado em um prazo mínimo de 24 meses e máximo de 48 meses, prorrogável em situações excepcionais por, no máximo, 12 meses. O resultado final da seleção será divulgado em dezembro de 2017. A Esef/UPE fica na Rua Arnóbio Marques, 310, Santo Amaro. Outras informações pelo telefone: (81) 3183-3373. Confira o edital.
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Publicado em: 20/05/2017, por CAPES
Os benefícios do açaí vêm sendo explorados nos últimos anos. Por ser rico em proteínas, fibras, lipídios, vitaminas e minerais, o fruto tipicamente brasileiro já foi assinalado como importante para prevenção de doenças como colesterol alto, aterosclerose e até mesmo câncer, além de impulsionar o sistema imunológico de forma geral. Um estudo recém-publicado foi além e definiu o açaí como uma nova esperança para o tratamento de doenças neuropsiquiátricas. Os resultados da pesquisa Neuroprotective Effects of Açaí (Euterpe oleracea Mart.) against Rotenone In Vitro Exposure estão disponíveis no Portal de Periódicos da CAPES, na revista científica Oxidative Medicine and Cellular Longevity. Segundo Alencar Kolinski Machado, autor do trabalho, os indicadores sugerem que o açaí pode ser um suplemento alimentar importante para pacientes portadores de distúrbio bipolar. Machado explica que a matriz química do açaí possui diversas moléculas com potencial antioxidante e anti-inflamatório. Estudos em idosos ribeirinhos de Maués, no interior do Amazonas, indicam que o consumo habitual de frutos como o açaí poderia contribuir para a desaceleração das disfunções associadas à velhice. Então, nós decidimos avaliar o quanto o extrato do açaí poderia reverter a principal disfunção mitocondrial associada com o distúrbio bipolar, detalha o pesquisador. Segundo ele, por meio dos resultados obtidos observou-se que o extrato de açaí foi capaz de prevenir e reverter a disfunção nas mitocôndrias que foram induzidas, de maneira a reestabelecer o funcionamento correto das células. Um trabalho adicional, que está em fase de publicação, mostrou que o açaí tem um poderoso efeito anti-inflamatório. Este estudo foi feito com células aqui no Brasil e com um peixinho chamado Zebrafish, no Canadá, comenta Machado. O trabalho foi desenvolvido durante o doutorado de Alencar Machado que, nesse período, foi bolsista da CAPES. O estudo fez parte de um projeto coordenado pela professora Ivana da Cruz (Universidade Federal de Santa Maria) e acompanhado também pelo professor Euler Ribeiro (Universidade do Estado do Amazonas), que investiga fatores genéticos e ambientais que influenciam a longevidade das populações amazônicas. Com base nos resultados, vamos implantar estudos pré-clínicos e clínicos com a fruta, pontua o cientista. As próximas análises devem inicialmente avaliar o efeito da suplementação do açaí sobre o estresse de indivíduos saudáveis e, posteriormente, o efeito da suplementação em indicadores oxidativos e inflamatórios de pacientes portadores do distúrbio bipolar. Esses estudos serão conduzidos em parceria com diversas universidades e coordenados por Machado, que atualmente é professor adjunto no Centro Universitário Franciscano (UNIFRA), de Santa Maria. Alencar Machado frisa que os medicamentos que existem hoje para o tratamento de doenças neuropsiquiátricas são direcionados apenas para amenizar os sintomas, não existindo ainda nenhum recurso com potencial de eliminar ou reduzir as progressões. Esse tipo de estudo é essencial para descobrir tratamentos alternativos que possam beneficiar a população acometida por doenças psiquiátricas. Para o desenvolvimento do trabalho, o Portal de Periódicos foi item fundamental, atuando, de acordo com o pesquisador, como instrumento de revisão da bibliografia. O Portal é bastante completo, é uma ferramenta de pesquisa muito boa. Além dos materiais disponíveis, que auxiliam no desenvolvimento de pesquisas experimentais e estudos de revisão de literatura, a organização da página facilita o acesso ao conteúdo disponível de forma rápida e moderna, destaca. O pesquisador complementa. A CAPES me proporcionou uma das maiores experiências que tive como estudante. Por meio da bolsa de Doutorado Sanduíche no Exterior foi possível a realização desse estudo no Departamento de Farmacologia e Toxicologia da Universidade de Toronto, no Canadá. (Com informações do Portal de Periódicos da CAPES)
Publicado em: 20/05/2017, por ABESO
Um novo estudo destacou a importância da atividade física, mesmo entre aqueles que estão em maior risco de serem obesos por carregarem a variante do gene FTO. Ao se exercitar, esses indivíduos podem ser capazes de atenuar, em cerca de um terço, os efeitos do gene FTO sobre seu índice de massa corporal (IMC), de acordo com os resultados publicados na versão on-line, da semana passada, da PLOS Genetics. O estudo é da Universidade da Carolina do Norte em Chapel Hill. A descoberta reproduz as demonstrações anteriores de que o exercício pode mitigar os efeitos do gene FTO (PLoS Genet., 2010), segundo os pesquisadores . Usando o exercício físico como uma co-variável para o ajuste estatístico, os pesquisadores também foram capazes de descobrir 11 novos genes associados à obesidade, sugerindo que, em estudos futuros, a contabilidade para a atividade física e outros fatores importantes do estilo de vida poderiam impulsionar a busca de novos genes da obesidade. Embora a ingestão alimentar e inatividade sejam considerados os principais contribuintes para a epidemia global de obesidade, algumas pessoas são geneticamente mais suscetíveis ao excesso de peso e obesidade do que outros. Entre os genes relacionados à obesidade descobertos até o momento, o FTO tem a associação mais forte com o aumento do IMC. Uma pesquisa anterior mostrou que aqueles que transportam o gene FTO ainda respondem aos tratamentos de perda de peso, com dieta, atividade física e/ou medicação. O presente estudo estabeleceu a identificação de variantes genéticas cujos efeitos sobre a adiposidade são modificados pela atividade física. Eles usaram uma meta-análise de 60 estudos em 200.452 adultos de ascendência européia (n = 180.423) ou outros (n = 20.029) que incluíram 2,5 milhões de variantes genéticas. Vinte e três por cento dos indivíduos foram considerados fisicamente inativos, enquanto 77% foram considerados fisicamente ativos. O estudo avaliou relações entre genes, atividade física, IMC, circunferência da cintura ou relação cintura-quadril. Os resultados mostraram que a atividade física estava associada a um enfraquecimento de 33% do efeito do gene FTO, confirmando os achados dos estudos anteriores. No entanto, os autores observam que o mecanismo subjacente à sensibilidade do gene FTO para a atividade física permanece obscuro. As análises não ajustadas para a atividade física não conseguiram encontrar outras variantes genéticas cuja atividade fosse sensível ao exercício, mas o ajuste para a atividade física identificou 11 novas variantes genéticas relacionadas à obesidade, uma das quais foi enfraquecida em até 71% nos indivíduos ativos versus inativos. Os resultados indicam que os futuros estudos de descoberta de genes de obesidade devem levar em conta a atividade física e outros fatores ambientais. Um dos pontos fracos do estudo é que os participantes auto-relataram seus hábitos de atividade física. Os pesquisadores afirmam que para identificar mais genes cujos efeitos são amortecidos ou amplificados pela atividade física são necessários estudos maiores com medição mais precisa dos níveis físicos
Publicado em: 25/04/2017, por Carlos Monteiro*
A Pesquisa Nacional de Saúde do IBGE em 2013 trouxe más notícias para a Saúde Pública ao evidenciar que a obesidade afetava um quinto da população adulta do Brasil, ou mais de 28 milhões de pessoas, e que 6,2%, ou mais de oito milhões de brasileiros adultos, relatavam diagnóstico médico de diabetes. A pesquisa anual Vigitel, realizada pelo Ministério da Saúde com apoio da USP nas capitais de todos os 26 estados brasileiros e no Distrito Federal, revela números semelhantes em 2016: 18,9% de adultos obesos e 8,9% com diagnóstico de diabetes. Revela também que desde 2006, ano de início dessas pesquisas, a prevalência da obesidade e do diabetes vem aumentando à razão de 0,7 e 0,3 ponto percentual ao ano, respectivamente. Isso significa que nessas 27 cidades brasileiras a cada ano surgem mais de 200 mil novos casos de obesidade e mais de 60 mil novos casos de diabetes: ainda que silenciosas, verdadeiras epidemias. Extrapolando os números do Vigitel para o Brasil, podemos estimar que, no período 2006-2016, o contingente de obesos no país aumentou em quase dez milhões, e o de diabéticos, em quase três milhões. Ainda que castigando mais os mais pobres, a epidemia de obesidade e diabetes atinge todas as classes sociais. Na população adulta de baixa escolaridade, a obesidade quase dobra entre 2006 e 2016 (de 13,5% para 23,5%), enquanto o diabetes mais do que dobra (de 7,2% para 16,5%). Entre pessoas com curso superior, no mesmo período, tanto a obesidade quanto o diabetes aumentam em 50% (de 9,6% para 14,9% e de 3,3% para 4,6%, respectivamente). Vários estudos realizados pela Universidade de São Paulo nos últimos dez anos evidenciam que o aumento da obesidade no Brasil, e em vários outros países, está fortemente associado à crescente substituição de alimentos in natura ou minimamente processados como água, leite, frutas, feijão, arroz, hortaliças, carne e preparações culinárias tradicionais desses alimentos por refrigerantes, biscoitos recheados, salgadinhos de pacote, macarrão instantâneo, salsichas, comida congelada, sobremesas industrializadas e uma infinidade de outros alimentos ultraprocessados. Ou da comida de verdade por simulacros de comida. Essas mudanças na alimentação dos brasileiros e o próprio aumento da obesidade são as principais causas da epidemia do diabetes. Nossas estimativas indicam que um quinto do aumento do diabetes nas 27 cidades estudadas pelo sistema Vigitel pode ser explicado simplesmente pelo aumento da obesidade. Má alimentação, obesidade e diabetes já respondem por cerca de um quarto da carga total de doenças dos brasileiros e oneram de forma crescente e catastrófica o combalido orçamento do SUS. A evolução desfavorável da alimentação e o aumento epidêmico da obesidade e do diabetes em vários países do mundo levaram as Nações Unidas a declarar o decênio iniciado em 2016 como a Década da Nutrição e a conclamar os governos nacionais para que implementem políticas públicas que informem e eduquem a sociedade e propiciem ambientes que estimulem, apoiem e protejam padrões saudáveis de alimentação. O Brasil deu um passo importante com o novo Guia Alimentar para a População Brasileira. Este guia, elaborado pelo Ministério da Saúde e elogiado em todo o mundo, recomenda sem tergiversações a comida de verdade e deixa claro que não há lugar para alimentos ultraprocessados em uma alimentação saudável. Outra política brasileira elogiada em todo o mundo é a bem-sucedida integração entre a alimentação escolar e a agricultura familiar. Um passo importante por seu simbolismo foi a recente proibição da comercialização de alimentos ultraprocessados nas dependências do Ministério da Saúde. Mas para que o Brasil ingresse de vez na Década da Nutrição precisamos copiar políticas implementadas com sucesso por outros países, em particular restringir a publicidade de alimentos não saudáveis, inserir advertências nos rótulos desses alimentos e alinhar a política fiscal com a alimentação saudável. * Carlos Augusto Monteiro é médico, professor da Faculdade de Saúde Pública da USP e membro do Comitê de Especialistas sobre Dieta e Saúde da Organização Mundial da Saúde. Publicado originalmente no jornal O Globo em 23 de abril de 2017. Acesse a publicação, link: http://oglobo.globo.com/opiniao/obesidade-diabetes-epidemias-silenciosas-21238063
Publicado em: 08/09/2016, por AFP
Estudo aponta que o risco de mortalidade associada ao consumo do álcool diminui e até desaparece em alguns casos para os fisicamente ativos. Praticar exercícios físicos pode compensar alguns aspectos dos efeitos nocivos para a saúde associados ao consumo de álcool ? revela um estudo publicado nesta quinta-feira no \'British Journal of Sports Medicine\'. Os dados demonstraram que \"a associação entre a ingestão de álcool e o risco de mortalidade foi moderada pelo exercício físico\", descreveu a equipe no periódico. Estudos anteriores mostraram que o consumo excessivo de álcool está relacionado a um aumento do risco de morte por diferentes causas, entre elas, doenças cardiovasculares, derrame e alguns tipos de câncer. Para determinar se a atividade física modera a associação entre a ingestão de álcool e a morte por várias causas, os pesquisadores estudaram as respostas a questionários apresentados em nível nacional na Inglaterra e na Escócia entre 1994 e 2006. Comparados com a abstinência, o consumo de álcool no passado e o consumo em níveis nocivos ? ou seja, mais de uma unidade de álcool diária, equivalente a mais de uma taça de vinho por dia, aproximadamente, por exemplo ? se associaram a um aumento do risco de mortalidade. Ao se levar em consideração o fator da atividade física, observou-se que o risco de mortalidade aumentava em função da quantidade de álcool ingerida para as pessoas sedentárias. O risco diminui, porém, e até desaparece em alguns casos, para os fisicamente ativos, desde que o consumo seja apenas esporádico e abaixo da quantidade recomendada. \"Nossos resultados dão argumentos adicionais a favor da atividade física como meio para favorecer a saúde da população, ainda na presença de outros comportamentos menos saudáveis\", acrescenta o estudo.
Publicado em: 28/07/2016, por Nuño Dominguez (El País)
Vários estudos alertam para o pequeno avanço global contra o sedentarismo. Comportamento sedentário gera cinco milhões de mortes a cada ano. Há vários anos, cientistas e médicos do mundo inteiro conhecem um tratamento eficaz para salvar a vida de mais de cinco milhões de pessoas por ano, evitar grande parte das doenças cardiovasculares, o diabetes, o câncer de mama e outros tumores e prolongar a vida de qualquer pessoa. E o melhor de tudo é que se trata de um remédio gratuito, disponível desde tempos imemoriais e ao alcance da maioria das pessoas: fazer exercícios. A cada ano olímpico, a revista médica The Lancet publica uma seleção de artigos sobre os benefícios proporcionados pelos exercícios na prevenção dos grandes males que atingem a saúde no mundo. A principal conclusão dos quatro novos trabalhos publicados é que a situação, no mundo todo, não melhorou em quase nada. Um quarto dos adultos em todo o planeta não se exercita o suficiente, e, algo mais preocupante para o futuro, 80% das crianças e jovens tampouco chegam ao mínimo de prática esportiva recomendado pela Organização Mundial da Saúde (OMS). Em 2012, um estudo semelhante estimava que, a cada ano, o sedentarismo mata mais pessoas do que o tabaco, que provoca cerca de cinco milhões de mortes por ano. Um dos novos estudos é uma revisão de 16 trabalhos anteriores que envolvem mais de um milhão de pessoas. Os pesquisadores pretendiam definir a quantidade de exercícios necessária para evitar o risco de morte prematura associado ao sedentarismo. O tipo de atividade analisado foi caminhar com rapidez e andar de bicicleta, em ambos os casos por uma hora diária. Os resultados mostram que as pessoas ativas são muito mais saudáveis, mesmo tendo de passar oito horas por dia sentadas. Os que correm mais riscos são os que não fazem nenhum tipo de atividade. Mas o trabalho mostra, também, que praticar uma hora de exercício por dia basta para neutralizar os efeitos negativos dessas oito horas em que se fica parado. Apenas uma de cada quatro pessoas estudadas pratica essa uma hora ou mais de exercício por dia, destaca o estudo. ?Para muita gente que trabalha em escritório e vai de carro para o trabalho não há como evitar passar muito tempo sentado?, reconhece Ulf Ekelund, da Universidade de Cambridge e da Escola Norueguesa de Ciências do Esporte. ?Enfatizamos ao máximo a importância de fazer exercício, seja dar um passeio na hora da refeição, correr um pouco pela manhã ou ir de bicicleta para o trabalho. Uma hora por dia é o ideal, mas se isso é impossível, pelo menos fazer um pouco de esportes todo dia também reduz o risco [de morte prematura]?, ressalta. Estudos anteriores calcularam que cada minuto de atividade física pode proporcionar até mais sete minutos de vida. Houve um aumento nos países que realizaram campanhas de promoção dos exercícios, segundo outro estudo publicado nesta quinta-feira. O exercício não só previne as doenças cardiovasculares, o diabetes e o câncer, como também ?pode evitar 300.000 casos de demência por ano?, ressalta Jim Sallis, da Universidade da Califórnia em San Diego. Apesar disso, lamenta, ?a pandemia global de inatividade física continua aí e a resposta global foi muito lenta?. Os estudos pedem maior envolvimento e compromisso das autoridades sanitárias. Outro trabalho enumera intervenções bem-sucedidas e de baixo custo, como a realizada em Curitiba (Brasil), Bogotá (Colômbia) e Cambridge (Reino Unido), onde distância entre as paradas de ônibus foi ampliada para fazer as pessoas andarem mais. Além dos inquestionáveis benefícios para a saúde, o exercício também pode poupar enormes quantidades de dinheiro aos cofres públicos. Nesse sentido, outro estudo calculou pela primeira vez o custo do sedentarismo para a saúde pública: 60 bilhões de euros (240 bilhões de reais) por ano em preços de 2013. Na Espanha o custo total é de mais de 2 bilhões de euros.